Henrique iniciou sua experiência profissional aos 18 anos e, logo foi apresentado ao mundo dos END através de sua atividade relacionada à solda em um de seus primeiros trabalhos. Residente de Cariacica, encontrou no END uma atividade que despertou seu interesse e paixão. Focou seus estudos no método de Partículas Magnéticas e se certificou para a inspeção graças ao incentivo de um antigo parceiro de trabalho, Yuri, inspetor N3 com quem trabalhava.
Aos 25 anos, enquanto cursava sua especialização no SENAI de sua região, sofreu um grave acidente que ocasionou a perda dos movimentos de seu braço esquerdo. Passou por longos períodos de recuperação, novas cirurgias, fisioterapias, além do peso da ideia de não poder mais exercer a profissão pela qual tinha se apaixonado.
A dura realidade de ser, agora, PCD trouxe a carga psicológica que o faria duvidar de sua capacidade de recuperação e retorno à qualquer atividade, não apenas laboral. Henrique atribui a terapia e ao apoio de sua família para sua "volta à realidade" de que só dependeria de seu esforço e dedicação voltar a ser o homem que costumava ser: "Quando você senta na mesa com esse tipo de especialistas, realmente que eles tem um conhecimento de fazer você refletir o que realmente vale.", disse.
Após um longo período com limitações nos movimentos e ainda não pondendo carregar peso com o braço esquerdo, conseguiu realizar atividades paralelas em Inspeção Visual e Líquido Penetrante, mas sem esquecer sua preferência pelas Partículas Magnéticas.
Recentemente iniciou um processo de fisioterapia mais focado e com carga, permitiu que ele retomasse movimentos mais usuais com o braço, porém sua mão ainda não tem o movimento dos dedos. Isso, no entanto, permitiu que ele pensasse em retornar aos ensaios por PM com Yoke.
Em um contato com a ABENDI, encontrou o degrau que faltava para dar esse passo rumo ao retorno às atividades, e a Magnaflux se propôs a ajudá-lo em parceria com a associação para esta recertificação do profissional.
Em um trabalho excepcional, o departamento de Engenharia de nossa unidade brasileira trabalhou no desenvolvimento de um yoke totalmente adaptado, cujo acionamento é realizado através de um pedal, permitindo que ele tenha suas duas mãos livres. Com a liberação médica e seus exercícios com carga, ele poderá realizar o levantamento do equipamento com o uso de uma luva especial.
Hoje, no Dia do Inspetor de END, não apenas celebramos os feitos técnicos e profissionais, mas também histórias, como a de Henrique, que são testemunhos de resiliência, determinação e esperança. Sua jornada nos lembra que, mesmo diante dos desafios mais difíceis, é possível encontrar força interior para superar obstáculos e perseguir nossos sonhos.